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G1 RJ

Ônibus comuns e trens circulam com restrições no dia seguinte a ataques na Zona Oeste

No início da manhã, não havia viagens expressas da Supervia no ramal Santa Cruz. Corredor do BRT Transoeste estava com intervalor irregulares no começo da manhã, mas às 8h30 já operava normalmente.


Nesta terça-feira (24), dia seguinte à onda de ataques aos transportes públicos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ônibus comuns, os trens da Supervia e o corredor Transoeste do BRT começaram a operar com restrições.


Por volta das 8h30, a Mobi Rio informou que os ônibus do corredor Transoeste estavam operando normalmente e que os serviços das linhas eventuais Pingo D'água, Magarça e Mato Alto e Santa Cruz os "diretões", também estavam com operação normal.

No mesmo horário, o Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que a cidade voltou para o estágio de normalidade. No início da manhã, as linhas de ônibus regulares estavam somente com metade da frota. Às 9h, segundo o prefeito Eduardo Paes (PSD), o percentual subiu para 90%.


A Supervia informou que suspendeu, no ramal Santa Cruz, as viagens expressas para a Central do Brasil e as partidas especiais da estação de Campo Grande.


Pessoas chegaram às 4h na Estação Magarça do BRT, em Guaratiba, para pegar um ônibus até a Barra da Tijuca, ficaram mais de 2h esperando. Outros passageiros denunciaram que vans estavam exigindo R$ 10 em espécie em linhas em que vigora a tarifa básica de R$ 4,30.


2,5 milhões sem ônibus

A Semove (antiga Fetranspor) afirmou que “mais de 2,5 milhões de passageiros vão deixar de ser transportados” em decorrência dos ataques à frota. “O número leva em consideração o tempo mínimo necessário para a reposição dos ônibus incendiados, prevista para 6 meses”. A entidade já tinha informado que o prejuízo com o fogo nos coletivos passou de R$ 35 milhões.



“Já são 57 ônibus destruídos este ano, sendo 40 na cidade do Rio de Janeiro”, destacou o sindicato. “A inexistência de seguro para este tipo de crime dificulta a reposição dos coletivos destruídos, prejudicando quem depende do transporte coletivo”, emendou.


A Semove também pediu a colaboração da população “para que informações sobre este e outros crimes cometidos contra o sistema de transporte público coletivo sejam levadas, por meio do Disque Denúncia, diretamente às forças de segurança”. O número é 2253-1177.

Relembre o que aconteceu

Os ataques em série a ônibus e a um trem na tarde desta segunda-feira foram uma resposta da milícia à morte do número 2 da quadrilha que domina a Zona Oeste do Rio de Janeiro. Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, o Teteu ou Faustão, foi morto em confronto com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes.


Matheus era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, um dos criminosos mais procurados do RJ. De acordo com as investigações, Faustão vinha, há pelo menos 3 meses, estreitando os contatos entre a milícia e a maior facção de traficantes do estado, o Comando Vermelho (CV). Ele também é investigado por pelo menos 20 homicídios.


Após a morte de Faustão, criminosos atearam fogo a pelo menos 35 ônibus e a um vagão da Supervia. Veículos foram atravessados em vias importantes, e até a Avenida Brasil foi fechada. Entre os bairros afetados estavam Campo Grande, Santa Cruz, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra, Tanque e Campinho.


Às 18h40 de segunda, o município entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco e significa que uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população. Por volta do horário, havia 58 km de congestionamentos na cidade, o dobro da média (29 km) das últimas três segundas-feiras.


Ao menos 45 escolas municipais foram afetadas, prejudicando 17.251 alunos. Em algumas, alunos e professores que estavam nos colégios permaneceram para se manterem em segurança.


Pelo menos 12 suspeitos foram presos. O governador Cláudio Castro (PL) classificou os ataques a transportes como "terroristas" e disse que fará caça a 3 chefões do crime.


“Esses três criminosos; Zinho, Tandera e Abelha: não descansaremos enquanto não prendermos eles”, disse.

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