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Ônibus elétrico: bom para o meio ambiente, não para a economia, afirma especialista

Altos custos com a operação, manutenção e aquisição, e infraestrutura inadequada para recarga desses veículos emperram o avanço dos ônibus elétricos nas cidades. Análise foi feita pelo gerente de mobilidade elétrica da Mercedes-Benz do Brasil, Mike Munhato, durante a Feira LAT.BUS. Confira!


Quando se fala em modernizar a frota de transporte público, os ônibus elétricos são a bola da vez de governos em várias partes do mundo. No Brasil não é diferente. 


Recentemente, o Governo Federal anunciou que tem planos de adquirir 2.529 coletivos elétricos, por meio do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Investimentos em veículos desse tipo também estão nos planos de prefeitos e governadores.


Mas ter pés no chão e “muita calma nessa hora” são fundamentais. Isso porque a eletrificação da frota esbarra em uma série de desafios. Ou seja, não basta, somente, adquirir ônibus. É preciso haver infraestrutura para recarga, e que esses veículos sejam economicamente vantajosos. E não são, segundo especialistas.


gerente de mobilidade elétrica da Mercedes-Benz do Brasil, Mike Munhato, falou sobre o assunto na edição 2024 da LAT.BUS, maior feira de mobilidade da América Latina, realizada entre 06 e 08 de agosto, em São Paulo, em paralelo ao Seminário Nacional NTU.


A conta não fecha

Silenciosos, com arranques mais suaves, confortáveis e menos poluentes, os ônibus elétricos prometem melhorar a qualidade do ar nas cidades, reduzindo a poluição e promovendo um ambiente mais saudável. 


Mas a adoção em larga escala desses veículos ainda não é totalmente viável no Brasil.


Para Munhato, a explicação passa por três fatores: produto, paridade e infraestrutura.


O produto, que são os ônibus em si, já é uma realidade no mercado, apesar de haver, ainda, uma deficiência em atender a demanda de micro-ônibus e articulados. Entretanto, é preciso mais que veículos para transformar o transporte coletivo por eletricidade em um mercado de massa. 


A paridade TCO (Total Cost Ownership, em inglês), ou custo total de propriedade, operação e manutenção é o segundo fator. E é aí que a conta ainda não fecha no Brasil. Isso porque os ônibus elétricos são três vezes mais caros que os a diesel, com os custos da operação e manutenção nem tão baixos. Sem contar a necessidade de mão de obra mais especializada e o valor superior das peças, que encarecem os custos da manutenção.


O terceiro fator é a infraestrutura, com a necessidade de adaptações nas garagens e mudanças nas redes de distribuição de energia nos bairros. Essa é a parte mais atrasada entre os pontos analisados, afirma Munhato.


Hoje, essas redes de distribuição de energia são de baixa tensão, o que significa que, com vários ônibus carregando ao mesmo tempo, corre-se o risco de faltar luz nos bairros. 


Política pública e investimentos

Segundo o gerente de mobilidade elétrica, veículos zero emissão permanecerão mais caros no médio prazo que veículos a diesel. Pelo menos até 2030, o valor do ônibus elétrico não vai baixar por uma questão de escala.


“Ele tem menos peças, é mais simples, mas por não ter essa escala, e também pelo custo da bateria, acaba sendo caro. Mas em um período mais longo, pós 2030, isso tende a baixar. Tem muito investimento em bateria por ali, então tende a ganhar escala. Fora isso, mais abrangência, mais volume, mais cidades envolvidas no mercado. Só assim esse valor diminui”, afirmou Munhato, segundo matéria do site Frota e Cia. 


Resumindo: a transição dos ônibus a diesel para os elétricos depende de uma política pública eficiente e altos investimentos. Isso demanda tempo, e não será resolvido hoje e nem no próximo ano, segundo Munhato. 




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