- G1 Zona da Mata
Funcionamento dos ônibus é retomado em Juiz de Fora
De acordo com a Astransp, ônibus das viações São Francisco, Ansal e Tusmil voltaram a circular por volta das 10h da manhã desta quinta-feira, após três dias de paralisação. Motoristas e cobradores da Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL) também retomaram as atividades às 12h40.
O funcionamento de todas as empresas de ônibus de Juiz de Fora foi retomado no início da tarde desta quinta-feira (23).
A informação foi confirmada ao G1 pela Astransp e assessoria da Ansal. De acordo com a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), o retorno parcial não altera o funcionamento das vans escolares, que podem realizar o transporte de passageiros até 23h59 desta quinta.
Os ônibus das viações São Francisco, Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda e Tusmil voltaram a circular por volta das 10h da manhã, enquanto os Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL) saíram da garagem às 12h40.
A paralisação entrou no terceiro dia na manhã desta quinta-feira, como foi mostrado pelo G1.
O transporte público foi interrompido na cidade na terça-feira (21) e, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro), o motivo foi o não pagamento do tíquete alimentação e cesta básica dos profissionais da Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL).
Na parte manhã, de acordo com o Sinttro, alguns trabalhadores, com exceção dos funcionários da GIL, optaram por retomar as atividades.
Entretanto, no início da tarde, o sindicato confirmou que os funcionários da Goretti Irmãos voltaram ao trabalho.
O impasse sobre a situação do tíquete alimentação será discutido em uma reunião às 14h , nesta quinta-feira (23), entre as empresas de transporte, sindicato e Promotoria de Justiça.
Entenda a paralisação
A ação começou na manhã de terça-feira (21) após os cobradores e motoristas da Viação Goretti Irmãos Ltda (GIL) reivindicarem o pagamento do tíquete alimentação e das cestas básicas, que deveriam ter sido pagas na segunda-feira (20). Durante a terça-feira, grande parte da categoria aderiu a paralisação e a circulação dos coletivos ficou suspensa na cidade.
Outra reivindicação da categoria e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro) são os termos do acordo coletivo assinado entre empresas, trabalhadores e sindicato em abril.
Na época, G1 mostrou que as empresas realizaram acordo coletivo entre os trabalhadores e sindicato para aderir ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda do Governo Federal, que reduz a jornada de trabalho e também os salários durante o período da pandemia de Covid-19. Entre as medidas estabelecidas no acordo coletivo, estava a suspensão do fornecimento de cesta básica para os meses de maio e junho e do adiantamento do salário nos meses de abril e maio.
Na madrugada de quarta-feira (22), os motoristas e cobradores passaram a noite dentro dos ônibus, que estavam estacionados nas principais ruas do Centro da cidade. Os veículos foram removidos no final da noite e levados para a garagem, com apoio da Polícia Militar.
Desde terça, foram emitidas três liminares na Justiça, ordenando a volta imediata do serviço na cidade. As ações foram movidas pela Prefeitura de Juiz de Fora e pela Astransp.
A primeira, de terça-feira, foi do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3). O juiz da 1ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora, Thiago Saço, determinou que a categoria profissional retome integral e imediatamente as atividades, com de R$ 5 mil para cada hora de atraso em caso de descumprimento.
A segunda, também do TRT-3, emitida pela 3ª Turma ainda na terça, determinou que o Sinttro cumpra a Lei da Greve e garanta a presença ao trabalho dos profissionais necessários ao funcionamento e de no mínimo 60% da frota de transporte coletivo das empresas, sob pena de multa de R$ 30 mil por dia.
A terceira foi emitida na quarta-feira, dessa vez pela a juíza Roberta Araújo de Carvalho Maciel da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias Municipais da Comarca de Juiz de Fora determinou que os consórcios Manchester e Via JF promovam a retomada da prestação do serviço público. O documento também prevê uma multa diária de R$ 30 mil reais para cada um deles.
Por causa da paralisação, a Prefeitura de Juiz de Fora autorizou que vans escolares realizem o transporte de passageiros em caráter emergencial. O decreto foi publicado na noite de quarta-feira e nesta manhã de quinta, os veículos já estavam circulando na cidade.
Em nota, a Astransp informou que a manifestação está afetando as demais empresas e que "não acredita que esta seja uma atitude isolada, mas incitada pelo Sindicato" e que o Sinttro, no início da pandemia "diante da grave crise identificada, aceitou suspender a cesta e parcelar o tíquete por 60 dias".
Já a Settra afirmou na terça-feira que a paralisação do transporte coletivo urbano "é uma negociação entre empresas e funcionários" e que acompanha e monitora todo o trânsito preservando os cruzamentos por meio dos agentes.
O Consórcio Via JF explicou em nota que "a interrupção das atividades pelos profissionais do transporte coletivo é tida como surpresa pelo Consórcio Via JF, um dos responsáveis pelo serviço em Juiz de Fora".