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Aumenta número de passageiros nos ônibus de Porto Alegre, mas usuários ainda relatam problemas

Secretaria de Mobilidade Urbana atribui aumento na demanda à melhoria no serviço. Quem utiliza o transporte público aponta gargalos, principalmente nos horários de pico


O número de passageiros nos ônibus de Porto Alegre aumentou cerca de 30% no acumulado dos últimos três anos. Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMMU), em dezembro de 2021, foram transportadas, em média, 470 mil pessoas em dias úteis. Na primeira quinzena de outubro deste ano, foram 602 mil passageiros.


Quando comparado o cenário mais recente, a elevação permanece, ainda que menor: cerca de 4,7%. Em outubro do ano passado, a média era de 575 mil passageiros. 


Os números incluem um balanço divulgado pela Carris, que indica um aumento maior no recorte da empresa: a média de usuários passou para 152 mil nos primeiros dez dias deste mês contra 140 mil do ano passado, o que representa um acréscimo de 8,5%. Em janeiro deste ano, eram 120 mil pessoas usando os ônibus da companhia.


Para o secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, o aumento do número de demanda nos ônibus de Porto Alegre é resultado da melhoria do serviço.


— Em 2022, nós criamos o programa Mais Transporte. A nossa projeção de aumento de oferta para este ano era de 8%, mas teve um comprometimento em razão da enchente. Mas com a renovação de frota, junto com a reforma dos terminais, das paradas novas, na questão da tarifa há mais de três anos congelada, novas tecnologias de pagamento, até o próprio projeto dos ônibus elétricos também, todo esse conjunto de ações acabou refletindo em um aumento do número de passageiros — avalia Júnior.


Desde 2021, a quantidade de viagens diárias passou de 10.500 para 13.300. Nos últimos 30 dias, houve uma ampliação de 411 viagens em dias úteis em relação ao mês anterior, conforme a prefeitura. Na Carris, entre junho e outubro, foram adicionados 183 novos horários. 


a renovação da frota deve chegar a 400 novos veículos até o final do ano, desde 2021. Somente neste ano, a projeção é que 140 novos ônibus passem a circular, sendo 85 desses da Carris. A empresa afirma que, desde o início da concessão, em janeiro, foram 74 veículos novos passaram a trafegar na Capital, sendo 18 apenas em outubro. 


A medida permitiu que, nas linhas da Carris, a média de idade da frota reduzisse de 9,8 anos para 6,6 anos. O número de viagens que encerram sem nenhuma ocorrência, ou seja, sem que o ônibus estrague, aumentou de 89% para 99%. Em janeiro, reportagem de Zero Hora contou a história de um passageiro que precisou pegar três ônibus para concluir viagem de T1 em Porto Alegre.


Avaliação dos passageiros


Quem se locomove pelo transporte público, entretanto, ainda lida com problemas no serviço. Apesar de reconhecer que aumentou o número de veículos equipados com ar-condicionado funcionando, a cozinheira-chefe Fernanda Lima, de 40 anos, não acredita que o cenário tenha melhorado.


— Para mim, piorou o tempo de locomoção do serviço para casa. Para nós, trabalhadores, é complicado. Já ficamos o dia todo em pé. Aí chega na fila e tem que esperar em pé para conseguir pegar lugar para sentar no ônibus — explica Fernanda, que utiliza as linhas 621 e 727 para fazer o trajeto entre a casa, na Zona Norte, e o trabalho, no Centro Histórico.


Para o aposentado Ricardo Vital, 64 anos, o serviço melhorou.


— Tá bem melhor. Principalmente com o ar-condicionado. Acho que a quantidade de ônibus também, para minha casa, tem várias linhas e horários. Única dificuldade é mais nos domingos, mas nada que prejudique o deslocamento — avalia.


Os problemas se concentram, especialmente, nos horários de pico, como no final da tarde, quando a maioria está saindo do serviço. 

— Para mim, parece que reduziram os horários. Já li declaração de que as pessoas não estão usando muito os ônibus, mas não é bem assim. A gente pega transporte por aplicativo por necessidade, em último caso — avalia a assistente administrativo, Livia Ribeiro, 56 anos. 


Livia relatou que demora praticamente uma hora para pegar as linhas Santana, 438, e Rio Branco, 525. Já a cabeleireira Antonia Soares, 62 anos, costuma pegar os itinerários que passam pela Ipiranga, como o 343.


— Depois que tiraram o D43, piorou. Ás vezes, sai um atrás do outro. Se tu vem vindo e perde um, fica mais de meia hora esperando. Essa hora vai sempre lotado. Sem os cobradores, coitado do motorista — afirma.


O secretário de Mobilidade Urbana reconhece que o sistema ainda tem o que evoluir.


— Tem muita coisa para melhorar, né? A gente quer, primeiro, imprimir mais velocidade na renovação da frota. Para isso, nós temos aí já um financiamento em linhas de ser aprovado. Com ele, nós vamos renovar mais 650 ônibus diesel. Temos um projeto para a introdução de cem ônibus elétricos na frota também, para eletroterminais e para a continuidade da reforma das estações. Temos também a possibilidade de trazer um novo sistema de bilhetagem mais moderno também. Ou seja, queremos evidentemente avançar cada vez mais e com isso ser mais atrativo para o passageiro, que vem retornando ao sistema — projeta o secretário.


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