Motoristas e cobradores de ônibus fazem paralisação no Centro de Teresina

A paralisação começou por volta das 11h, no terminal da Praça da Bandeira, um dos pontos de maior fluxo de ônibus da capital. Os trabalhadores afirmam que não receberam o salário de fevereiro.

Os motoristas e cobradores de ônibus do sistema de transporte de Teresina iniciaram uma paralisação no Centro da capital nesta quarta-feira (8). Os trabalhadores afirmam que não receberam o salário de fevereiro, e exigem a negociação de uma convenção coletiva para a categoria. O g1 procurou o sindicato das empresas, que ainda não se manifestou sobre a situação.

A paralisação começou por volta das 11h, no terminal da Praça da Bandeira, um dos pontos de maior fluxo de ônibus da capital. Até a publicação desta reportagem, a paralisação continuava.

Antônio da Conceição, passageiro, foi um dos prejudicados pela situação.

“Nós viemos de ônibus pra resolver uns problemas no Centro, e fomos pegos de surpresa com essa paralisação. Isso é um absurdo, descaso, uma falta de vergonha a gente sair de casa e não saber se volta porque não tem ônibus. Já tô há mais de uma hora esperando meu ônibus pro Vale do Gavião”, lamentou.

Antônio Ferreira foi outro que acabou tendo prejuízos, inclusive à saúde, por conta da paralisação.

"Estou há 1h30 na parada esperando o transporte para a Zona Norte e agora soube da paralisação. É complicado porque agora vou ter que pagar o triplo para conseguir chegar em casa com algum tipo de transporte alternativo. Tenho problema de saúde e nem posso ficar esse tempo todo fora de casa, pois tenho que tomar meus remédios na hora certa".

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte de Teresina (Sintetro), Antônio Cardoso, uma greve da categoria deve começar na próxima segunda-feira (13).

Além da situação de salário atrasado, os trabalhadores buscam a aprovação de uma convenção de coletiva para a categoria.

“Está paralisado por falta de pagamento. Na realidade o pessoal já vai fazer mais de um mês que está sem receber. Aí o motivo dessa paralisação é esse. Alguns dos veículos estão indo para o terminal porque não cabem mais na praça. Mas parou o consórcio Teresina inteiro porque lá nenhuma empresa pagou. Do consórcio, só uma empresa pagou. Hoje não é greve, é paralisação. Mas a greve segue confirmada para segunda-feira a partir de meia-noite. Vamos parar 100%”, adiantou.

Ainda segundo o Sintetro, o acordo firmado entre a categoria, prefeitura e empresas no Ministério Público do Trabalho prevê que os trabalhadores tenham direito à remuneração formada pelos seguintes salários e benefícios:

• Motorista: R$ 2 mil

• Cobradores: R$ 1302 (salário mínimo).

• Auxílio Alimentação: R$ 170

• Auxílio Saúde: R$ 70

Os valores são pagos na seguinte ordem:

• Dia 5: 60% do salário

• Dia 10: Auxílio Saúde

• Dia 15: Auxílio Alimentação

• Dia 20: 40% restantes do salário.

Prefeitura diz que 'não tem responsabilidade'

O secretário de governo da Prefeitura de Teresina, Michel Saldanha, afirmou que a prefeitura não tem responsabilidade sobre o problema, que seria "eminentemente trabalhista", entre as empresas de ônibus e os trabalhadores.

Segundo ele, a prefeitura está cadastrando veículos alternativos para tentar reduzir o impacto de uma greve que venha a iniciar na próxima segunda-feira (13).

O secretário de governo disse ainda que o poder executivo tem buscado uma solução definitiva para os problemas do transporte público da capital em negociação com os empresários.

Setut não confirma pagamento

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informou que até o momento não tem confirmação bancária de que foram transferidos repasses financeiros para as empresas.

A entidade esclarece que segue junto ao Sintetro buscando soluções efetivas e viáveis para a resolução dos problemas do setor, alinhando com a Prefeitura de Teresina.