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Diretor de Transporte apresenta diagnóstico e plano de reestruturação do sistema coletivo em Novo Hamburgo

  • Câmara de Novo Hamburgo
  • 9 de out.
  • 7 min de leitura

“Estamos promovendo mudanças estruturais e tecnológicas para oferecer um serviço mais eficiente e confiável à população.” A declaração do diretor de Transporte Público de Novo Hamburgo, Eliseu Raimundo, abriu sua fala na sessão plenária desta quarta-feira, 8, da qual participou à convite da vereadora Professora Luciana Martins (PT). Na tribuna, ele apresentou o diagnóstico do transporte coletivo municipal e um plano de reestruturação até 2029, que prevê redução de linhas, ampliação de abrigos e modernização do monitoramento para melhorar a mobilidade e reconquistar a confiança dos usuários.


A vereadora Professora Luciana Martins explicou que o convite ao diretor surgiu após debates realizados durante a Conferência Municipal das Mulheres, promovida no plenário da Câmara. Segundo a parlamentar, o tema foi motivado por relatos de moradoras de Lomba Grande, que afirmaram não contar com transporte coletivo em determinadas localidades, o que as impede de acessar serviços e compromete o direito de ir e vir. 


Luciana destacou que a situação do transporte público coletivo de Novo Hamburgo é complexa, envolvendo atrasos recorrentes, falhas de acessibilidade e insatisfação com a qualidade dos veículos. “A cidade passou por uma nova licitação em 2024 e criou-se uma expectativa de melhoria — ônibus com ar-condicionado, mais conforto e menos quebras. Mas o que se sobressai desde então são os desafios”, afirmou. A vereadora também questionou como o município pretende avançar diante desse cenário e ressaltou que a nova tarifa de R$ 9,04 é “bastante alta para o serviço oferecido”. A parlamentar também ressaltou que a administração pública é a responsável pelo transporte coletivo, e por isso é fundamental ouvi-lo detalhadamente”, completou.O diretor Eliseu Raimundo iniciou sua exposição agradecendo a oportunidade de prestar esclarecimentos aos vereadores e à comunidade. Ele afirmou que a Diretoria recebe com atenção todas as manifestações sobre o sistema, sejam sugestões, indagações ou críticas. Ele destacou que as reclamações refletem a expectativa legítima da população por melhorias. “As queixas vêm do entendimento de que precisamos ir ao encontro de tudo o que a comunidade almeja”, completou. 


Em apresentação trazida para a explanação, Raimundo detalhou que a Diretoria de Transporte Público (DTP), vinculada à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Smmadu), conta atualmente com dez servidores, distribuídos entre direção, fiscalização, atendimento ao usuário, gestão contratual, serviços cartoriais e manutenção de pontos de parada. Segundo ele, o trabalho da DTP tem sido feito “a muitas mãos”, em parceria com a Comur (responsável pela bilhetagem eletrônica), a Viação Santa Clara (Visac) — concessionária do transporte coletivo — e demais setores da administração, em um esforço de participação integrada.


Entre os principais desafios enfrentados pelo transporte público coletivo, o diretor sublinhou a baixa confiabilidade dos horários, a sobreposição de linhas, a ausência de monitoramento centralizado e a necessidade de racionalização dos pontos de parada.Esclarecimentos e metas

Conforme Raimundo, o plano de reestruturação do sistema coletivo apresentado durante a sessão tem como objetivo requalificar a rede de transporte urbano e escolar, otimizando linhas, itinerários e uso da infraestrutura. Ele estabelece metas de redução de 107 para 49 linhas e prevê que todos os 1.100 pontos de ônibus — hoje com 495 abrigos — tenham cobertura até 2029. Também propõe elevar o cumprimento de horários de 80% para 90% e aumentar em 20% a taxa média de ocupação dos veículos.Tarifas e ajustes técnicosRaimundo detalhou o processo de revisão tarifária. Segundo ele, uma empresa especializada foi contratada para auxiliar no cálculo do valor da passagem. O estudo técnico da concessionária indicava tarifa de R$ 10,57, enquanto a planilha da Prefeitura apontava um valor inferior. Após negociação, foi acordada a cobrança de R$ 9,62, e posteriormente, seguindo orientação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o valor final foi fixado em R$ 9,04. A diferença gerou um passivo assumido pela administração, o qual, segundo Raimundo, “não cairá no esquecimento”, reforçando o compromisso de transparência na gestão.Programas e ações estruturantesEntre os programas destacados no material apresentado, estão:


  • Aperfeiçoamento dos sistemas de monitoramento (ITS e TDMax), com capacitação da equipe técnica e emissão de relatórios automatizados;

  • Requalificação da rede de transporte urbano e escolar, com redução de sobreposições e reorganização de itinerários com base em estudos georreferenciados;

  • Valoração da experiência do usuário, por meio do mapeamento das paradas, publicação de dados em plataformas digitais e integração com os setores de tecnologia;

  • Modernização da regulação do transporte, padronizando processos e ampliando o controle de serviços como táxi, mototáxi, motofrete e transporte escolar.


Indicadores de atendimento e operaçãoO diretor apresentou o Serviço de Atendimento ao Passageiro (SAP) e informou que, por meio dele, foram registradas 1.874 demandas em 2025, sendo 59% solicitações de informação, 25% reclamações e 15% dúvidas sobre cartões ou bloqueios. O relatório também aponta 900 bloqueios de cartões de gratuidade por uso irregular, dos quais 419 já foram regularizados.A DTP mantém ainda 140 táxis ativos, 57 veículos de transporte escolar e 130 ordens de serviço emitidas no ano, entre revisões de grades horárias, instalação de abrigos e intervenções em itinerários.“Com base no diagnóstico apresentado, a Diretoria pretende manter o monitoramento contínuo das operações, realizar ajustes técnicos e operacionais e avaliar periodicamente o contrato vigente, em parceria com os setores competentes do município”, declarou o convidado. 


Vereadores questionam contrato, tarifa e qualidade do transporte coletivo

Durante a sessão, diversos vereadores apresentaram questionamentos e sugestões ao diretor de Transporte Público, Eliseu Raimundo, sobre o funcionamento e a gestão do transporte coletivo municipal. O debate abordou desde o contrato com a concessionária Viação Santa Clara (Visac) até temas como tarifas, fiscalização e qualidade do serviço.


Contrato e gestão do transporte

Em resposta à vereadora Professora Luciana Martins (PT), Raimundo explicou que o contrato com a Visac tem validade de dez anos e que, embora esteja sendo cumprido, poderá passar por adequações. “O contrato está posto. A menos que se perceba algo que possa levar à rescisão, não se iludam que isso aconteceria facilmente. Essa decisão não é única e está longe de ser apenas da DTP”, afirmou o diretor.


Infraestrutura e manutenção

Ao responder à vereadora Deza Guerreiro (PP), que apontou problemas especialmente na linha que leva a Lomba Grande e indagou sobre as paradas que recebem publicidade e propaganda, Raimundo reconheceu que ainda não há solução definitiva para todas as demandas. “Sou gestor há dez meses. Temos o diagnóstico, mas não a solução para tudo. Algumas paradas têm publicidade, são de modelos diferentes; quando há problema nestas, nos notifiquem que notificamos a empresa para que faça a manutenção”, explicou.


A vereadora Daia Hanich (MDB) reforçou o modelo de remuneração da concessionária seria melhor por km rodado e não por número de passageiro e pediu atenção especial às condições do transporte escolar. Raimundo informou que o contrato do transporte escolar, conduzido em conjunto com a Secretaria de Educação (Smed), termina em breve e que um novo edital de licitação já está em elaboração.


Custo e subsídio

Respondendo ao vereador Ico Heming (Podemos), Raimundo destacou que as principais dificuldades da Diretoria estão relacionadas às limitações estruturais, citando falta de recursos materiais e de pessoal. Já ao explicar sobre o valor pago pela municipalidade à Visac, esclareceu que o contrato foi firmado com base em uma projeção de 506 mil usuários, mas que a realidade é muito diferente. Segundo ele, o pico chegou a 340 mil passageiros em outubro de 224, diferença que gerou a necessidade de aporte financeiro da Prefeitura. “O valor do contrato com a concessionária é de mais de R$ 1,4 milhão. Quanto mais passageiros tivermos, menor será o aporte público”, detalhou o diretor.


Comunicação com a comunidade

O vereador Eliton Ávila (Podemos) elogiou o trabalho desenvolvido por Raimundo, destacando a postura de diálogo e transparência. Ele pediu ações mais organizadas e comunicadas com antecedência à população, sugerindo que o trabalho realizado pela DTP, tanto técnico quanto político, sirva de exemplo a outros setores da Prefeitura.

Raimundo respondeu que a Diretoria procura divulgar avisos com, no mínimo, dez dias de antecedência, mas reconheceu que as mudanças “não eliminam todas as reclamações, pois as alterações nas linhas/paradas sempre geram impacto”.


Fiscalização e transporte alternativo

O vereador Ito Luciano (Podemos) levantou dúvidas sobre a fiscalização de aplicativos de transporte, como Uber, e o uso de patinetes elétricos, questionando o impacto desses serviços na arrecadação e no equilíbrio do sistema público. Raimundo concordou que o tema exige regulamentação urgente. “Essas modalidades são concorrentes diretas do transporte coletivo. O Uber tem uma legislação federal pífia. Não desconsideramos os profissionais, mas precisamos de uma concorrência leal”, afirmou. Sobre os patinetes, completou: “São uma inovação importante, estão na alçada da Mobilidade Urbana e em fase de regulamentação”, disse.


Contrato e estrutura operacional

O vereador Joelson de Araújo (Republicanos) avaliou que o contrato com a concessionária foi mal elaborado e defendeu melhorias urgentes na qualidade do serviço. Ele lembrou que o subsídio municipal vem dos impostos pagos pela população e destacou a dificuldade de atender a demanda com a atual frota. Raimundo respondeu que o contrato prevê 69 veículos, incluindo ônibus convencionais, micro-ônibus e vans. “Agora temos também veículos articulados, que não entram em todas as vias. Às vezes o motorista não consegue manobrar ou passar. Precisamos nos adequar ao contrato. Se não dá para sair dele; é preciso melhorar o que já temos”, pontuou.


Tecnologia e aplicativo de monitoramento

O vereador Giovani Caju (PP) cobrou atenção para a falta de ônibus em algumas linhas, como a da Marisol, e perguntou sobre a possibilidade de monitoramento dos ônibus em tempo real por aplicativo. Raimundo confirmou que o recurso já existe, por meio do Mix Mov, e que novas atualizações estão em andamento. “A partir do dia 20, queremos acreditar em melhorias positivas, com incremento de horários, inclusive nos picos. O aplicativo Mix Mov precisa de atualização, mas é uma evolução importante”, afirmou.


O Mix Mov é o aplicativo de monitoramento do transporte coletivo de Novo Hamburgo, que permite consultar itinerários e horários em tempo real, além de auxiliar o controle das operações pela Diretoria de Transporte Público.


Bilhetagem e recursos humanos

Encerrando as falas, a vereadora Professora Luciana Martins agradeceu a presença do diretor e questionou se há dificuldades na gestão da bilhetagem eletrônica pela Comur, além de pedir informações sobre a realização de concurso público para o setor. Raimundo explicou que a Comur é a gestora da bilhetagem, atuando em parceria com a Prefeitura no pagamento do subsídio. “A Comur foi designada para ajudar no custeio do sistema, e isso tem trazido ganhos à gestão. Quanto ao quadro funcional da secretaria, encaminhamos a necessidade de servidores para atuarem como fiscais, motoristas e agentes administrativos”, completou.



 
 
 

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