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Com mais de 30 bairros afetados, greve dos motoristas de duas empresas de ônibus chega ao 6º dia em São Luís

  • G1 Maranhão
  • há 6 dias
  • 4 min de leitura

Milhares de passageiros enfrentam dificuldades para chegar em casa devido a redução da frota de duas empresas do transporte público da Grande Ilha. Os trabalhadores da categoria cobram o pagamento dos salários atrasados.


A greve dos motoristas de ônibus de duas empresas do transporte público de São Luís chegou ao 6º dia, nesta quarta-feira (19), sem previsão de encerramento. Os trabalhadores da categoria cobram o pagamento dos salários atrasados. Cerca de 30 bairros estão afetados pela paralisação.


Os empresários cobram o repasse de 100% do subsídio pago pela prefeitura para regularizar o salário dos motoristas. A Prefeitura de São Luís alega que repassa apenas 80% do subsídio porque os donos das empresas colocam para rodar na cidade apenas 80% da frota, e que só pagará o valor total quando todos os ônibus voltarem a circular.


Justiça cobra empresários


O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) intimou na terça-feira (18), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) a comprovar o pagamento integral dos salários e do auxílio-alimentação referentes ao mês de outubro de 2025.


Os empresários das empresas Transporte Marina Ltda., Expresso Rei de França Ltda. e Expresso Grapiúna Ltda. tem até 48 horas para a comprovação dos pagamentos. A determinação é do desembargador Luiz Cosmo da Silva Júnior e atende a um pedido do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sttrema).


A categoria alega que há um descumprimento da liminar que havia fixado reajuste de 7% nos salários e 10% no vale-alimentação. Com isso, o SET deverá apresentar contracheques ou comprovantes de transferência bancária que comprovem os pagamentos.


Justiça do Trabalho alega que a falta de comprovação pode resultar na fixação de uma nova multa diária ao SET. A multa anterior era de 100 mil, sendo restrita aos Rodoviários e não se aplica nesta fase do processo.

A Justiça alertou que a falta de comprovação poderá resultar na fixação de uma nova multa diária, direcionada ao sindicato patronal, sem prejuízo de outras medidas coercitivas previstas no Código de Processo Civil. A penalidade estabelecida na liminar anterior - de R$ 100 mil - era restrita aos Rodoviários e não se aplica nesta fase do processo.


Prefeitura disponibiliza vouchers


Sem a solução do impasse, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) anunciou o pagamento de vouchers em corridas por aplicativo no valor de 30$ (ida e volta), para a população. Os pagamentos serão feitos pela Prefeitura da capital e já estão em vigor.


O prefeito chegou a afirmar que a Prefeitura iria repassar o subsídio direto para uma conta na Justiça, já que um acordo firmado meses atrás determinava que o valor do subsídio é destinado apenas para o pagamento dos trabalhadores do transporte público, de modo que não deveria existir greve por atraso de salários.


O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) informou, em nota, que não recebe valores diretamente de entes públicos para repasse a empresas privadas ou pagamento de salários, e que isso só seria possível no contexto de um processo regularmente instaurado — o que não é a situação atual.




Nesta terça-feira (18), a Justiça do Trabalho analisou a ação ajuizada pela Prefeitura de São Luís e considerou extinta sem julgamento de mérito. A decisão é da juíza Noélia Maria Cavalcanti Martins e Rocha, titular da 5ª Vara do Trabalho de São Luís.


Na decisão, a juíza reconheceu "a incompetência funcional do juízo de primeiro grau para analisar questões relacionadas à greve do sistema". A magistrada alega que qualquer controvérsia envolvendo abusividade da greve, deve ser tratada diretamente pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), e não por varas trabalhistas.


População afetada


Atualmente, estão em greve os trabalhadores da empresa 1001 e da Expresso Marina, afetando principalmente bairros da periferia, na região da Cidade Operária/Cidade Olímpica. Veja a lista:


  • Alto do Turu

  • Cajupary/Nova Vida

  • Cidade Olímpica

  • Cidade Operária/São Francisco

  • Cohatrac

  • Forquilha

  • Ipem Turu

  • Janaína Riod

  • José Reinaldo Tavares

  • Maiobinha

  • Mato Grosso

  • Parque Jair

  • Parque Vitória

  • Pedra Caída

  • Recanto Verde

  • Ribeira

  • Santa Clara

  • Socorrão/Rodoviária

  • São Raimundo/Bandeira Tribuzzi

  • Tajaçuaba

  • Tajipuru

  • Tibiri

  • Tropical/Santos Dumont

  • Tropical/São Francisco

  • Uema Ipase

  • Vila Aparecida

  • Vila Cascavel

  • Vila Esperança

  • Vila Isabel Cafeteira

  • Vila Itamar

  • Vila Lobão

  • Vila Vitória

  • Viola Kiola



Conflito entre SET e Prefeitura existe há meses


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) afirmou que a crise no sistema de transporte público da capital se agravou pela falta de repasse de subsídios da Prefeitura, que já somam cerca de R$ 7 milhões. Segundo o sindicato, os recursos são essenciais para manter a operação e pagar salários dos rodoviários.


O repasse está previsto em acordo homologado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA), mas, de acordo com o SET, vem sendo descumprido pelo município. A entidade alerta que, sem a regularização, há risco de paralisação total do sistema.


Desde fevereiro, por decisão liminar do TRT-MA, apenas 80% da frota de ônibus circula em São Luís. A medida foi determinada para garantir atendimento mínimo à população durante greves. O SET afirma que cumpre a decisão e está à disposição para diálogo.


O prefeito Eduardo Braide (PSD), por sua vez, declarou nas redes sociais que o pagamento integral dos subsídios só será feito se 100% da frota voltar às ruas.


“Os empresários só estão rodando com 80% da frota, e mesmo assim querem receber 100% do valor do subsídio, algo que não vou aceitar. Se quiserem receber 100%, terão que rodar com 100% da frota”, afirmou.

A frota reduzida foi fixada em fevereiro, quando a última greve dos rodoviários terminou por decisão da desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva. A liminar também estabeleceu reajuste de 7% nos salários e 10% no auxílio-alimentação.


O SET afirma que não houve avanço nas negociações da Convenção Coletiva de Trabalho de 2024 e que o impasse continua. Em ofício enviado à prefeitura em 7 de novembro, o sindicato classificou o cenário como de “insegurança jurídica, social e econômica” e acusou o município de se recusar a firmar acordo.


“A recusa do Município de São Luís em negociar perpetuou o conflito coletivo e retirou a possibilidade de Convenção Coletiva neste ano, prejudicando direitos e garantias de empregados e empregadores”, diz o documento.

 
 
 

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