Prefeitura vai subsidiar transporte coletivo com Área Azul

Márcio Corrêa anuncia reimplantação da cobrança de estacionamento rotativo no Centro

O prefeito Márcio Corrêa (PL) anunciou nesta sexta-feira (24), em audiência pública de prestação de contas na Câmara Municipal, que a Área Azul voltará a ser implantada no Centro e o valor arrecadado será repassado como subsídio ao Sistema de Transporte Público de Anápolis (STPA). 

Esta é uma proposta que está há quase cinco anos em debate no executivo. Ela partiu do então presidente da Agência Reguladora do Município (ARM), Robson Torres, que defendia a criação do fundo para garantir melhorias para o transporte irrigado com recursos do estacionamento rotativo.

Em 2023, a administração de Roberto Naves (Republicanos) anunciou um processo para contratar um sistema moderno de Área Azul, com cobrança e fiscalização eletrônica. No entanto, o processo ficou travado e não foi concluído. De acordo com Corrêa, o mecanismo pode já ser implantado em 2026. 

Além de subsidiar o transporte coletivo, o estacionamento rotativo é uma demanda de associações comerciais e lojistas do município, como CDL e Acia, e está incluído num plano macro de revitalização do Centro. O prefeito não detalhou quanto seria possível arrecadar e se todos os recursos captados seriam destinados ao STPA. 

Hoje, a Urban, empresa concessionária do transporte coletivo, alega um déficit mensal de R$ 3 milhões, cenário agravado pela implantação do domingo gratuito, que não teve cobertura financeira da prefeitura até então e já soma mais de R$ 2 milhões de prejuízo desde maio. 

Corrêa também mostrou otimismo com a desoneração de ICMS sobre o diesel, pleito também antigo em Anápolis, mas nunca concedido. Segundo ele, este benefício poderia ser concedido “nas próximas semanas”. O prefeito afirmou que também vai isentar a concessionária do pagamento de ISS, o que reduzirá o déficit operacional do sistema. 

Na eleição do ano passado, Corrêa prometeu uma revolução no transporte coletivo, com renovação de frota, ônibus equipados com ar condicionado e wi-fi e mais linhas, além de redução no preço da passagem. Contudo, em 2025 o que se viu até aqui foi uma paralisação dos motoristas do transporte pela defasagem salarial da categoria e uma nova cobrança da empresa para elevação da tarifa. 

A partir desta crise, a Comissão de Urbanismo da Câmara promoveu uma audiência pública para tratar do tema no início de setembro, mas o diálogo entre ARM e Urban só começou efetivamente em outubro.